Bem vindos ao Contarolas

Leiam e inspirem-se.
Aqui poderão ler trabalhos realizados pelos vossos colegas e por vós próprios.

Torna-te um escritor.... um poeta... um dramaturgo !!!

Procura a FAMA! Escreve! Escreve sobre a água, o sol, a lua ou o que te aprouver.

A Bruxa Anacleta-tica-teca-toca




A Bruxa Anacleta-tica-teca-toca vivia numa gruta muito grande, escura, quentinha mas muito iluminada por pesados archotes, junto de uma falésia. A falésia ficava perto de um grande areal, onde as ondas batiam de mansinho, emitindo um som muito suave.
As ondas borbulhavam juntamente com as conchas e as pedras que rolavam no areal, embaladas pelo vaivém da água.
A Bruxa Anacleta era magrinha, franzina, com dedos muito compridos, nodosos e de unhas … muito… muito grandes, pontiagudas e tão sujas de pozinhos que pareciam pretas. A sua cara tinha uma pele muito enrugada, amarelada, e com duas borbulhas peludas.
Daquelas que têm cabelos? Sabem como é? Pois….
Uma era na ponta do nariz, até parecia uma batata espigada, a outra era na bochecha do lado esquerdo.
A Bruxa, como boa bruxa que era, vestia-se sempre de preto, usava um chapéu preto pontiagudo e …. Claro… não podia faltar a sua vassoura.
Na sua gruta tinha um caldeirão preto, e… neste caldeirão a bruxa fazia as suas poções.
Nem todas as poções das bruxas eram para fazer mal… como todos os meninos pensam…. Esta bruxa até era muito boazinha, apesar de ter um aspecto tão assustador.
Assustador… sim… não sabiam ???? Ela para além de ter uma pele muito amarela, tinha também os olhos muito amarelos, muito grandes e …muito … muito assustadores.
A Bruxa Anacleta vivia com a minhoca Tica, a coruja Teca e o rato Toca. Mas era sempre um problema porque a minhoca Tica, passava a vida a esconder-se e a fugir da coruja Teca.
A coruja Teca era uma coruja invulgar, porque imaginem era uma coruja dourada. As suas penas eram de uma cor doirada, tão doirada como o Sol escaldante de uma tarde de Verão.
A minhoca Tica andava sempre num virote, porque durante o dia, nunca sabia se a luz que via era do Sol ou da coruja Teca, e zás, escondia-se a correr, debaixo de terra, num recanto escondido da gruta. Durante a noite, também não sabia se a luz que via era da coruja ou dos archotes que iluminavam a gruta muito escura.
A coruja Teca andava numa escola de corujas. A escola ficava junto de um carvalho centenário, que tinha umas raízes muito grandes e grossas.
Aqui a coruja aprendia a piar de alegria, de tristeza, a soltar pios de aviso de morte… !!! _UUHHHH! - avisando a bruxa de que algo corria mal nas suas poções e mezinhas.
O rato Toca não ligava muito à coruja Teca, mas não se pode dizer que ele não tivesse medo dela. Afinal a coruja também comia roedores, ou seja, ratos.
A coruja gostava de andar na escola porque podia conversar com outras corujas. Ela era a única que vivia com uma bruxa, e as outras respeitavam-na e temiam-na.
Nunca se sabia do que a coruja da bruxa seria capaz de fazer.
Ora a bruxa Anacleta era muito procurada pela população das aldeias circundantes, ou seja, dos arredores, quer dizer, aquelas aldeias que ficavam ali perto.
As pessoas iam à falésia procurar a bruxa sempre que estavam doentes. Ela mandava-as entrar na gruta muito… muito escura, iluminada por grandes e pesados archotes, fazia-as sentar num grande tronco de carvalho, forrado de musgo e algas (até parecia um sofá muito fofo). E… ouvi-as com muita atenção, esfregando por vezes aquela borbulha, que tinha na ponta do nariz. Lembram-se? Aquela que tinha uns cabelos e parecia até uma batata grelada? Pois, essa mesma!
Como estava a dizer, a bruxa Anacleta ouvi-a com muita atenção e concentração as queixas das pessoas que a consultavam.
Se se queixavam de uma constipação ou gripe, a bruxa receitava: leite quente com mel para a tosse, ou chá de limão com mel.
Se tinham dores de estômago um chazinho de Lúcia lima …
Se estavam muito nervosos e inquietos, ela sugeria um chá de camomila.
Se se queixavam de insónias, a bruxa lá lhes dava umas flores de laranjeira para fazerem um chazinho.

Uma vez… sabem o que aconteceu?
O rato Toca, que era muito matreiro e brincalhão resolveu esconder a minhoca Tica debaixo da asa da coruja Teca. Quando a minhoca se apercebeu quis fugir. E.. tanto se mexeu que começou a fazer cócegas à coruja Teca.
As corujas não gostam nada de ter cócegas debaixo das asas, porque isso afecta-lhes as asas e o voo. As corujas voam !... Certo ?
Ora, então a coruja descobriu que o que lhe fazia cócegas era a minhoca Tica. Com o bico, com muito cuidado (ela sabia que se fizesse mal à minhoca Tica a bruxa Anacleta não lhe perdoava) tirou-a devagarinho e colocou-a junto do canteiro das borras de café.
A minhoca nem queria acreditar e disse-lhe;
- Sabes, foi o rato Toca que me escondeu debaixo da tua asa.
_ Eu já suspeitava – piou a coruja – mas ele não perde pela demora. Vou-lhe pregar uma partida.

Sabem o que a coruja fez??
O rato Toca gostava muito de queijo e a bruxa Anacleta também.
 A coruja escondeu o queijo no seu ninho, muito escondidinho no cimo de um grande ramo de carvalho envelhecido.
- Ah! MEUS malvados – gritou a bruxa Anacleta – o meu rico queijo, o meu queijinho da serra!
- Se eu vos apanho faço-vos em picadinho! O meu queijo? Onde está o meu queijinho da serra? – não se cansava de repetir a bruxa,

Acham que ela vai descobrir que a coruja tinha escondido o queijo para castigar o rato Toca?
Acham que a bruxa vai matar o rato?
O que acham que vai acontecer?

Agora deixamos os meninos e meninas falarem à vez, e deixamo-los acabar a história. Deve, tomar notas para podermos concluir a nossa história da bruxa Anacleta.

6ºA
Cristina Albuquerque


Ano lectivo: 2010-2011