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domingo, 1 de março de 2020


A  Herança

            Vou contar-vos a história do meu avô António, um homem trabalhador, mas com pouca sorte na vida, ou então não. O seu sonho era construir um carro voador e até conseguiu pôr no papel algumas ideias, mas ninguém lhe prestou atenção. Ele trabalhava numa pequena oficina situada nos arredores de Roma há já muitos anos e havia muito trabalho naquela zona. Ainda assim, sabia que a possibilidade de construir um carro voador só aconteceria se ele conseguisse trabalho numa grande oficina na capital.
            Um senhor da aldeia onde trabalhava deixou-lhe um carro antiquíssimo como herança. O meu avô até me disse que na altura resmungou:
            Para que é que eu quero esta lata velha?! Nem sequer consigo chegar ao centro de Roma com isto! Bem, sempre posso vender as peças...
            Sozinho, o meu avô começou a desmontar o velho carro um pouco contrariado. Estava a perder tempo a desmontar algo enquanto podia estar a montar o seu carro voador. Irritado, levanta a cabeça de repente e bate com a nuca na porta do porta-bagagens! Qual não é o seu espanto, cai em cima do seu recente galo, um porta-projetos de metal!
            Ai! Mas que raio… o que é que me acertou? Quer dor horrível! – gritou o meu avô chateado, mas ao mesmo tempo atordoado.
            Quando olhou para trás, viu um género de um tubo preto com uma etiqueta que dizia: “Prototipo di un'auto volante”. Incrédulo, o meu avô, com as mãos a tremer, abriu-o e chorou de alegria.
            – Não acredito... não acredito! Isto é mesmo real? Serão desenhos falsos? Não é possível... – murmurava o meu avô.
            O meu avô contou-me que os escondeu na sua cave e que os testou até ter a certeza que eram verdadeiros. Na realidade, o carro que o senhor lhe deixou de herança, era o carro voador que o meu avô sempre sonhara construir. Só tinha de trocar as peças de lugar, comprar outras tantas e um líquido especial para que fosse possível voar.
            Depois de tantos anos a desenhar o carro voador e a trabalhar de sol a sol sem que o seu trabalho fosse reconhecido, finalmente o meu avô teve o seu momento de glória pelos céus. 
            
Quando terminou de me contar esta história, na cama do hospital, disse-me de lágrimas nos olhos: 
      Quem espera, sempre alcança. Adoro-te, meu querido neto. 
            O meu avô morreu, mas deixou-me o seu sonho: o seu carro voador. E eu vou seguir as suas pegadas, na oficina que abrimos juntos, mesmo no centro da capital.
 
Moral da história: “Quem espera, sempre alcança” e foi o que o avô António fez durante toda a sua vida, até receber de herança aquele carro que era como um sonho tornado realidade.

Miguel
6ºC

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