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domingo, 1 de março de 2020


Um Natal nada perfeito

É Natal e as ruas do centro da cidade do Porto estão agitadas de tanta gente que por ali faz as últimas compras para a noite natalícia. Eduardo Guterres, um empresário de sucesso, e a sua assistente, a Rute, também correram para conseguir comprar tudo a tempo.
            – Rute, para quem falta comprar prendas? – questionou o Eduardo.
            – Aaa… – murmura a Rute atrapalhada enquanto procura o papel com a lista de presentes – Aqui pela minha lista falta comprar para o teu pai, para a tua sobrinha e…
            – Desculpe, Rute, mas trabalhamos há pouco tempo juntos e eu sou o seu patrão, não me pode tratar por tu. – interrompeu o empresário.
            – Desculpe, desculpe, Doutor! Não o quis ofender! – respondeu a Rute com medo.
            – Sem problema, Rute. Para quem falta então? – continuou o Eduardo.
            Seguiram os dois pelas ruas do Porto à procura do que lhes faltava, até que por fim conseguiram comprar tudo. O Eduardo decidiu dar ao seu pai um fato de cerimónia, à sua mãe um conjunto da Vista Alegre, ao seu avô, que teve um acidente e ficou paraplégico, uma cadeira elevatória para conseguir subir as escadas e, ao seu irmão, uma mota. Para os mais pequenos, decidiu dar uma bola de futebol ao sobrinho e um fato de natação à sobrinha.
Terminadas as compras, foram para Vila Nova de Gaia, já com duas horas de atraso para o jantar. Pelo caminho, a Rute ia embrulhando alguns presentes e colocando o nome em todos. Mas, no meio daquela pressa toda e nas curvas e contracurvas, nem se apercebeu que se foi enganando a escrever os nomes.
Quando lá chegaram, já estava na hora de começar a abrir os presentes. O Eduardo distribuiu os seus a cada um, até que se apercebeu das caras desiludidas e confusas dos seus familiares. Eis que a sobrinha grita, feliz:
            – Que fixe! Loiça para a minha cozinha de brincar!
            – Olha… Eu recebi um fato de banho cor-de-rosa… - disse o sobrinho envergonhado.
            – Que piada, Eduardo! Como é que adivinhaste que eu queria uma bola de futebol? - disse o avô de forma irónica apontando para cadeira de rodas em que estava sentado.
            – O quê?! Ruuuuteeeee!!! – gritou o Eduardo furioso.
            – Obrigada, querido! A mota irá dar-me muito jeito para deixar de perder horas no trânsito e não estar como uma sardinha enlatada no autocarro! – disse a mãe com um sorriso amarelo.
            – Eduardo, para que é que eu quero uma cadeira elevatória? O meu apartamento nem sequer tem escadas! – gritou o irmão.
            – Olha filho, parece-me que aconteceu aqui uma valente confusão, mas acho que acertaste no meu! Obrigada! Adorei a cor do fato! Mas agora deves resolver esta situação. – aconselhou o pai.
            O Eduardo resolveu distribuir novamente as prendas, agora corretamente e pediu desculpa a todos. Só faltava o seu pai na sala e foi procurá-lo. Quando o encontrou, abraçou-o.
            – Filho, percebo que queiras trabalhar muito para seres o melhor, mas o que aconteceu hoje foi uma catástrofe! Fizeste tudo a correr, sem pensar muito bem e deu nisto. Nunca ouviste dizer que a pressa é inimiga da perfeição? – partilhou o pai.
            – Obrigada, pai, pelo teu conselho. Prometo que vou tentar melhorar e fazer tudo com mais calma.

Moral da história: “A pressa é inimiga da perfeição”, e o Eduardo percebeu isso da pior maneira. Focou-se demais no seu trabalho e deixou a família em segundo plano. Como fez tudo depressa, as coisas não correram como esperado.

Miguel
6ºC


A  Herança

            Vou contar-vos a história do meu avô António, um homem trabalhador, mas com pouca sorte na vida, ou então não. O seu sonho era construir um carro voador e até conseguiu pôr no papel algumas ideias, mas ninguém lhe prestou atenção. Ele trabalhava numa pequena oficina situada nos arredores de Roma há já muitos anos e havia muito trabalho naquela zona. Ainda assim, sabia que a possibilidade de construir um carro voador só aconteceria se ele conseguisse trabalho numa grande oficina na capital.
            Um senhor da aldeia onde trabalhava deixou-lhe um carro antiquíssimo como herança. O meu avô até me disse que na altura resmungou:
            Para que é que eu quero esta lata velha?! Nem sequer consigo chegar ao centro de Roma com isto! Bem, sempre posso vender as peças...
            Sozinho, o meu avô começou a desmontar o velho carro um pouco contrariado. Estava a perder tempo a desmontar algo enquanto podia estar a montar o seu carro voador. Irritado, levanta a cabeça de repente e bate com a nuca na porta do porta-bagagens! Qual não é o seu espanto, cai em cima do seu recente galo, um porta-projetos de metal!
            Ai! Mas que raio… o que é que me acertou? Quer dor horrível! – gritou o meu avô chateado, mas ao mesmo tempo atordoado.
            Quando olhou para trás, viu um género de um tubo preto com uma etiqueta que dizia: “Prototipo di un'auto volante”. Incrédulo, o meu avô, com as mãos a tremer, abriu-o e chorou de alegria.
            – Não acredito... não acredito! Isto é mesmo real? Serão desenhos falsos? Não é possível... – murmurava o meu avô.
            O meu avô contou-me que os escondeu na sua cave e que os testou até ter a certeza que eram verdadeiros. Na realidade, o carro que o senhor lhe deixou de herança, era o carro voador que o meu avô sempre sonhara construir. Só tinha de trocar as peças de lugar, comprar outras tantas e um líquido especial para que fosse possível voar.
            Depois de tantos anos a desenhar o carro voador e a trabalhar de sol a sol sem que o seu trabalho fosse reconhecido, finalmente o meu avô teve o seu momento de glória pelos céus. 
            
Quando terminou de me contar esta história, na cama do hospital, disse-me de lágrimas nos olhos: 
      Quem espera, sempre alcança. Adoro-te, meu querido neto. 
            O meu avô morreu, mas deixou-me o seu sonho: o seu carro voador. E eu vou seguir as suas pegadas, na oficina que abrimos juntos, mesmo no centro da capital.
 
Moral da história: “Quem espera, sempre alcança” e foi o que o avô António fez durante toda a sua vida, até receber de herança aquele carro que era como um sonho tornado realidade.

Miguel
6ºC


Como salvar umas férias de Natal


Nas férias de Natal, o Bernardo e a sua turma foram acampar para Vila Real. Saíram às cinco da manhã de Lisboa, nas carrinhas da escola, depois de terem arrumado as malas e os materiais necessários para estes dias: cantis, tendas, alimentação, mantas e colchões, e outros bens de primeira necessidade. Também levaram alguns jogos de tabuleiro e bolas de futebol.
Bernardo era o delegado de turma e o responsável pela organização desta viagem, tudo teria de correr bem. Quando chegaram ao acampamento, o Bernardo distribuiu tarefas a cada um, que começaram logo a retirar as malas e os materiais das carrinhas, mas o Bernardo esqueceu-se da sua tarefa: retirar as tendas da carrinha na qual viajaram. As carrinhas entretanto partiram de volta para Lisboa, e a turma continuou a organizar o material. Até que alguém se apercebeu que algo faltava.
- Bernardo, as tendas? Ia jurar que estavam na tua carrinha. Precisamos de as montar. – referiu o Júlio.
- Oh, não! Estão na carrinha! – exclamou o Bernardo!
- Então vai buscá-las… - disse a Manuela.
- Não consigo! As carrinhas já partiram há muito tempo. – disse o Bernardo.
A turma entrou em pânico, todos a falar uns por cima dos outros, a perguntar como iam sobreviver, sem tendas, àquela chuva intensa e ao frio.
- Temos de improvisar! É a única solução! – disse Bernardo, como se fosse um herói naquele momento.
Bernardo pediu a alguns colegas para o irem ajudar a procurar algo que fizesse o mesmo efeito que as tendas. Depois de muito procurar, encontraram folhas largas que os poderiam ajudar a cobrirem-se, paus para as manter direitas e lianas para segurar as folhas aos paus.
Voltaram para junto dos colegas, suados e cansados, mas felizes por terem conseguido arranjar uma solução. Meteram mãos à obra, construíram as tendas improvisadas e conseguiram sobreviver àqueles dias.

Moral da história: “Quem não tem cão, caça com gato”, e foi isso mesmo que o Bernardo e os seus colegas fizeram. Uma vez que não tinham as tendas, improvisaram com folhas, paus e lianas.

Miguel
6ºC


Errar é humano

            Era uma vez, uma menina chamada, Mariana, que tinha 12 anos. Ela era uma menina, bastante inteligente, bonita e estudiosa. Tinha cabelos longos e suaves de cor de ameixa, uns olhos azuis cor do céu e uma boca fina, de lábios rosados. Um dia, ela decidiu sair de casa, para dar um passeio no parque, mais famoso da cidade. Quando lá chegou, começou a brincar no escorrega vermelho e azul. Passados alguns minutos, Mariana, avistou um velho amigo de infância, desde o tempo da pré-escola, o nome dele era Rodrigo, mas toda a gente o tratava por “O Reguila”, porque ele era muito malcomportado. Brincaram bastante, mas como já se fazia tarde, Rodrigo decidiu ir para casa e perguntou a Mariana se o queria acompanhar:
-Mariana queres acompanhar-me? - perguntou ele.
-Sim, vamos! – respondeu ela.
            Os amigos saíram então do parque, mas a meio do caminho, viu uma pessoa a quem nunca fizera mal, no tempo da pré-escola, o Pedro, um menino que sempre se achara superior. Rodrigo achou que era a hora de ver quem era o superior lá, por isso, aproximou-se dele e começou imediatamente por um soco, na barriga, depois por um pontapé na canela e por fim um puxão de cabelos. Depois daquela luta toda, o Pedro não se conseguia movimentar nem falar, Mariana chamou os Bombeiros que o levaram imediatamente na ambulância e contactaram rapidamente os pais e a família. Mariana não queria olhar para a cara de Rodrigo, exigiu-lhe uma explicação e como ele não dissera nenhuma palavra ela virou-lhe as costas e seguiu para a sua casa. Rodrigo interrompeu-a:
-Mariana, espera! Eu admito que cometi um grande erro e estou arrependido do que fiz, mas o que ele sofreu fisicamente a uns minutos atrás, nós sofremos a uns anos atrás verbalmente, todos os dias. Desculpa, eu aceito que não queiras falar mais comigo. Adeus.
-Eu aceito o teu pedido de desculpas, afinal errar é humano, tu admitiste o que fizeste e estás arrependido, isso é importante.
-Fico muito, contente, queres ir vê-lo ao hospital, acho que ele também merece um pedido de desculpas.
-Concordo, vamos!
            Não te esqueças! Por mais grave, que seja o teu erro como o do Rodrigo, assume sempre os teus erros.

Beatriz R– 6ºC