Lembro-me…
Lá estávamos nós, à frente de uma gigantesca muralha cheia de morte dentro dela. Milhares de arqueiros esperavam atrás das ameias com setas de ponta de bronze reservadas para nós.
Não posso dizer que os gregos não tinham um grande exército, mas fitando a muralha podia-se imaginar o que estaria lá dentro.
Mas o nosso exército tinha um az, o grandioso Aquiles, uma máquina de morte.
Mal sabíamos nós que este cerco fosse durar dez anos, e poderia durar muito mais, se não fosse o meu melhor amigo Ulisses. Melhor amigo e meu rei. Mais sorte não poderia ter.
Não sabia que era assim tão inteligente. Engendrou um plano, um bom plano, mas muito arriscado.
Consistia em bater em retirada e escondermo-nos nas colinas, deixando para trás um grande e magnífico cavalo à frente do portão de Tróia.
Mas esse cavalo tinha um segredo na sua imensa barriga e escondia alguns homens como eu, outros meus amigos, Ulisses e outros gregos desconhecidos…
Os troianos, passados alguns dias, abriram os portões, deixaram o cavalo de madeira na praça, e tendo a ideia que nós retirámos, festejaram e festejaram, até estarem desarmados e fracos.
Abrimos uma porta secreta na perna do cavalo, saímos de lá e abrimos os portões.
O exército grego, que esperava atrás das colinas, movimentou-se e, só com escudo e espada na mão, destruiu a cidade, ajudou a rainha Helena a sair de lá e foi-se embora dali.
Senti-me feliz porque finalmente poderia voltar à Grécia.
Hugo Rodrigues, 6º D